População carcerária nas Américas cresce

População carcerária nas Américas cresce, mas dados sobre egressos são escassos

A população carcerária nas Américas, excluindo os Estados Unidos, mais do que dobrou desde 2000. No Brasil, a população carcerária multiplicou por 3,5 no mesmo período.

Segundo o World Prison Brief, relatório global de dados prisionais publicado em 2021 pelo Institute for Crime and Justice Policy Research (ICPR), o aumento no número de presos na América do Sul chegou a 200%. Na América Central, o aumento foi de 77%.

Em 2022, a população carcerária do Brasil ultrapassou 830 mil pessoas, de acordo com dados da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Desse total, 621.608 foram condenados, enquanto 210.687 estão presos provisoriamente, aguardando julgamento.

Não há dados sobre o total de egressos e egressas do sistema carcerário que estão em liberdade no Brasil. Também não se encontram estudos e números sobre esta população nos principais países da América Latina.

No Brasil, cidades como São Paulo, a maioria das pessoas egressas do sistema prisional se encontra em trabalhos informais.

Estudos mostram que o alto índice de reincidência criminal acontece entre pessoas que, ao deixar o sistema prisional, não encontraram apoio para recomeçar a vida. Sem emprego, sem alternativas, acabam retornando à atividade criminosa.

Portanto, é importante compreender que, em pouco tempo, as pessoas privadas de liberdade irão voltar ao convívio social.

E qual tipo de pessoa queremos encontrar aqui fora? Sem estudo, trabalho e condições dignas, com certeza elas serão seres humanos muito piores do que aqueles que entraram e acabarão por reincidir no crime.

O alto índice de reincidência criminal é um desafio para a sociedade brasileira. É preciso investir em políticas públicas e serviços eficientes voltados para a ressocialização de pessoas egressas do sistema prisional.

Essas políticas devem garantir acesso a educação, trabalho, moradia, saúde e assistência social. Elas devem também promover a inclusão social e a reintegração das pessoas egressas na comunidade.

Portanto, ao investir na reinserção social, a sociedade brasileira pode certamente ajudar a reduzir o crime e a violência, e construir um futuro melhor para todos.

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